Os processos de gestão da interação humana (HIM) e as suas questões

Alguns autores têm afirmado que a gestão de interações humanas, tradução de Human Interaction Management (HIM), é o modelo de metodologia de processos que poderá dar suporte às empresas, para que estas tenham condições de tratar os novos conceitos usados, no terceiro milênio, tais como as redes sociais, as tecnologias em tempo real e as transações cooperativas, entre outros, e fazer, com segurança, as inovações necessárias, nos seus negócios.

O HIM visa, através de uma colaboração explícita, entre as pessoas, aprimorar a participação e a criatividade humana. O HIM é adequado para o gerenciamento de colaborações não regulamentadas, especificamente para as inter-relações humanas, nas quais os processos se desenvolvem, dinamicamente, à medida que são executados. Ele permite que os usuários possam criar e gerenciar uma rede dinâmica que, naturalmente, ultrapassam o limite das organizações. Trata-se da nova tecnologia da informação, pois garante o acesso simultâneo das pessoas à rede da organização e às redes sociais.

Os principais requisitos do HIM são os seguintes: ter uma equipe eficaz, manter uma comunicação estruturada, promover a criação de conhecimento, gerenciar o tempo e dispor de um planejamento cooperativo, em tempo real. Um processo HIM é conhecido como uma história. Ela inclui os papéis, representando os processos participantes e as interações, representando os seus canais de comunicação.

No HIM, por exemplo, a perspectiva de tempo real é capturada pela Tarefa que está inserida na Atividade – as atividades são Unidades Transacionais de Trabalho dentro de um Papel.

O HIM é implantado através da metodologia GOOD (Goal-Oriented Organization Design) que é baseada em metas. Existe uma meta geral e múltipla em que consiste o Plano do HIM (Processos).

Tais características dão aos sistemas HIM (HIMS) uma grande flexibilidade. Porém, para que possam aproveitar as vantagens do HIM, as organizações precisarão enfrentar pelo menos três obstáculos mais aparentes: a limitação da autonomia dos participantes dos processos, a técnica de padronização das atividades e as estruturas organizacionais burocráticas e hierárquicas, geralmente, existentes nas empresas.

Dois requisitos básicos para implantar o HIM são a criatividade e a comunicação entre os participantes dos processos. Já discutimos, anteriormente, que as empresas, em geral, limitam a autonomia das pessoas, porque têm receio de perder o domínio do negócio. Sem autonomia esses participantes não interagem (comunicação) com liberdade e o processo criativo tende a mediocridade.

O segundo obstáculo está associado com a padronização das atividades do processo. Não há dúvidas que em determinados processos, a padronização é um fator excelente para aumentar o desempenho.

Mas, como o HIM é focado nas interações entre as pessoas e, estas “não seqüenciam as suas atividades exatamente como o fluxograma” (Maurício Steinbuch; 2008), os sistemas de padronização e medição de desempenho terão de ser revistos e alterados.

O terceiro obstáculo é fruto da forma como a grande maioria das empresas, ainda se organiza. Não é preciso muita pesquisa para observar que a divisão clássica do trabalho, a burocracia e as práticas da teoria neoclássica são preponderantes nas organizações, em pleno século XXI.

Na concepção de Broninski, um dos grandes desafios das empresas para terem vantagem das oportunidades oferecidas no cenário contemporâneo é mudar do paradigma comando / controle para o paradigma conexão / colaboração.

Sabemos que existem preocupações das empresas para conquistar espaços no mercado das novas tecnologias. Sabemos que ainda existem sérias dificuldades estruturais para que as empresas possam transformar essas tecnologias em idéias criativas para a formação de novos negócios. Entendemos que o HIM dá às empresas um roteiro para que tais preocupações possam ser traduzidas em ações efetivas para as mudanças que precisam ser realizadas.

Diante desses fatos, ficam as seguintes questões:

a) As práticas de gestão do século XX estão tendo influência negativa na condução das empresas atuais, para adotar um novo paradigma?

b) Serão elas as responsáveis pelas dificuldades das empresas se adaptarem ao novo ambiente de negócios?

c) Será que seus colaboradores já mudaram e as empresas ainda estão resistindo em fazer as mudanças necessárias?

d) O HIM pode ser o elemento de motivação para a convergência dessas atitudes?

Bibliografia

Harrison-Broninski, Keith. Cross-Boundary Processes. Site BPTrends. Marco, 2011.

Fingar, Peter. The Meaning of 21st Century Business: Unleashing the Power Within Using Social Networks. Site BPTrends. Janeiro, 2011.

Steinbruch, Maurício. HIMS: A Importância da Colaboração. Site BPM Hoje. Março, 2008.

Korhonen, Janne J. Entreprise BPM – A Systemic Perspective. Site BPtrends . Janeiro, 2007.

 

Sugestões de leitura: