Será que estamos ficando invisíveis?
Tenho pensado sobre esse inevitável “novo normal” que vem sendo desenhado para superarmos as muitas das perdas sofridas nos últimos meses por conta da pandemia.
Sim, é preciso adaptar, reinventar e reconstruir para termos condições de seguir, mesmo não sabendo ainda para aonde.
De fato, o mundo já vinha desenhando um novo normal com tantas mudanças na forma como nos relacionamos com as coisas, pessoas e informações. Agora, com o Covid-19, estas mudanças estão mais fortes ainda, tais como:
– Trabalhos em home office;
– Reuniões e entrevistas por videoconferência;
– Diferentes APP’s para comida, banco, roupas etc.;
– Sistemas virtuais de avaliação comportamental;
– Lives para educação, entretenimento, treinamentos etc.;
– Moedas virtuais.
É claro que a contribuição da tecnologia, além de inevitável e real, melhora muitas áreas da nossa vida.
Por outro lado, quando lembro o esforço das organizações em integrar pessoas, seja com estruturas horizontalizadas, “open space”, “co-working “, gerentes de relacionamento e aproximação entre fábricas e escritórios; tenho a sensação de que, sob a ótica do Comportamento e do Relacionamento, infelizmente estamos agora nos distanciando das pessoas.
Portanto, resisto em aceitar este “novo normal” com normalidade; mas sim como uma fase transitória para que logo deixemos de ser quase invisíveis, de olharmos o mundo pelas telas e janelas, de usarmos máscaras, de medirmos distâncias ou de temermos o convívio social.
Minha expectativa é de que este “novo normal” não seja uma consequência de pandemias e, ainda que a tecnologia esteja presente, possamos voltar a nos aproximar, sermos vistos, abraçarmos, sentirmos o cheiro da vida e percebermos o mundo por inteiro.
Entendo que as Ciências Exatas têm um papel de protagonista na evolução da humanidade, mas também acho que a nossa e a próximas gerações não podem deixar de valorizar o tempo e o espaço para relacionamentos reais e verdadeiros.