Omissão mata no Centro do Rio — 2ª parte
Dando continuidade ao debate iniciado no artigo “Omissão Mata no Centro do Rio” (https://espacoopiniao.adm.br/omissao-mata-no-centro-do-rio/), que expôs a grave situação dos imóveis abandonados e o risco que representam para a população, aprofundamos agora a análise das possíveis soluções e responsabilidades.
A Prefeitura, como principal gestora do espaço urbano, deve assumir a liderança na elaboração e execução de um plano de recuperação e manutenção predial, buscando parcerias e soluções conjuntas com todos os atores envolvidos. Não se trata apenas de demolir estruturas em ruínas, mas de investir na revitalização do patrimônio histórico, garantindo sua segurança e funcionalidade para a cidade.
Um outro aspecto que complexifica ainda mais a questão é a propriedade de uma parcela considerável desses imóveis. Estima-se que cerca de 24% das construções antigas do Centro pertençam à Igreja Católica. Essa concentração de propriedade tem suas raízes históricas, com muitos portugueses sem herdeiros legando terrenos e imóveis à instituição. Essa realidade impõe um diálogo específico com a Igreja Católica, buscando parcerias e soluções conjuntas para a recuperação e destinação desses espaços.
Somente com um trabalho coordenado e contínuo será possível reverter o quadro de abandono e revitalizar o Centro do Rio, resgatando sua história e garantindo um futuro mais seguro e próspero para a cidade.
*Adm. Wagner Siqueira é presidente do CRA-RJ e do Fórum dos Conselhos Profissionais do RJ