Consultoria: ontem, hoje e amanhã …

  1. No passado era assim

Começamos na Consultoria , anos atrás,  numa empresa, digamos,  de porte médio – embora tivesse algumas multinacionais no seu portfólio. E as coisas por lá eram mais ou menos assim:

1.a) Escritórios no Rio e em São Paulo,  área total aí de uns  1.000/1.500 m2 , com cinco banheiros, refeitório, sala de espera e de reuniões, vagas de garagem, viagens todas semanas, sócios em voos apartados;

1.b)  Aí uns quarenta  funcionários na administração, sócios e consultores associados, ou  bem mais, dependendo dos contratos ,e bota  mais  motoristas, boys, copeiras, faxineiras etc;

1.c)   Equipamentos diversos: bibliotecas, mesas de reuniões,  sofá  e  poltronas maria-mole Sérgio Rodrigues, e apoio no total  aí de uns quarenta  itens; central telefônica com 20 ramais, informativo mensal para comunicação ( impressão, envelopes, transportar e postar  nos correios), máquinas de datilografia, mimeógrafos, faxes, retroprojetor e telão, carretel de slides, aparelho de som, flip-chart etc;  oito arquivos de aço de 4 gavetas  cada um, talvez  com umas 500 pastas; prateleiras de madeira mais acima,  armários, mesas e cadeiras para a diretoria e para todos os funcionários;

1.d)  Escritório de Contabilidade de apoio  para área fiscal e trabalhista, folha de pagamentos e cálculos e pagamentos de participações – partime, é claro;

  1. Como é hoje

Home office, nenhum empregado(a), a não ser a da casa; um telefone fixo e celular e Internet; gestão eficaz de rede presencial e virtual; informe mensal Ouvimos por aí;computador, notebook, impressora, dezenas de pen-drives; mesas, cadeiras, prateleiras – poucas – para muitos livros,  documentos  e bugigangas, alguns quadros, transporte: táxi, metrô, ônibus e, naturalmente,  avião; escritório de contabilidade; e mais nada …  a não ser  melhor  qualidade de vida e trabalho, sem perda de tempo com deslocamentos diários.

  1. E amanhã, como será?

Ora, Pesquisa recente, aqui no Brasil, Perfil das Empresas de Consultoria no Brasil 2015*, confirma, justamente, o que dizem os levantamentos no Exterior e os futurólogos de plantão, e indica:

3.a)  As mulheres tomarão conta do pedaço, como está acontecendo na advocacia, e magistratura, jornalismo,  medicina, administração pública ( já que vêm tirando melhores notas nos concursos);

3.b)   Predominam, cada vez mais, as empresas individuais, cada uma no seu  home office, além das Consultorias  tipo “boutique” especializadas em determinado setor, e que, trabalhando em parceria podem oferecer serviços de qualidade a preços mais competitivos;

3.c)   As mídias sociais garantem o marketing e as videoconferências, já permitem , senão até exigem,  que  o consultor trabalhe de longe, em casa ou no cliente;

3.d)   A evolução das TIs arquivam tudo “nas nuvens” e os softwares sofisticados até prometem controles diversos  tipo “Arduino” –robotizados – ameaçando  os computadores individuais  (como já vem acontecendo na Índia –logo lá);

3.e)    As Consultorias abandonam os velhos chavões de visão estratégica, administração por objetivo, novas  “culturas” etc ,  passando  a oferecer sugestões objetivas e pontuais, até porque, já agora, informação todo mundo já tem ou pode obter e o que falta é “botar as mãos e as mentes na massa”;

3.f)    Surge o “NeuroConsultor” , substituindo a Consultoria tradicional –  racional, lógica e quantitativa –,  por outra onde os avanços da  nova Neurociência imperam, provando que, por estranho que pareça , as decisões são mais emocionais do que parecem e que mudar as pessoas e as empresas é até missão do Psicólogo Social e não do Engenheiro!; e

3.g)      Os consultores preveem ainda um acréscimo no volume de trabalho para o próximo ano. Ora, isso é até paradoxal, vez que as previsões mostram retração do crescimento da economia em 2015 de 2.9% e de  1 % em 2016. Ocorre, entretanto,- a experiência demonstra- que  em momentos de retração, quando as empresas procuram soluções diferentes para problemas diferentes, a procura de serviços de consultoria cresce muito, principalmente, em competências outras- isenção, independência, distanciamento crítico e atualização- não disponíveis internamente.

Enfim, senhor(a) Consultor(a) fique alerta:  O  “Amanhã” é cada vez mais este nosso “Hoje”!

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