O caos anunciado no Centro da Cidade do Rio de Janeiro

A falta de visão das autoridades públicas na condução da Gestão do Centro da cidade do Rio de Janeiro é algo premeditado ou absoluta falta de gestão por profissionais qualificados?

A implementação das mudanças nesta área vai muito além do que os nossos olhos contemplam nos acontecimentos trágicos tais como queda de Edificações, com vítimas, do trânsito caótico, da fuga de consultórios médicos e dentários, da solidão das lojas comerciais fechadas e insegurança urbana.

Uma das principais razões é a ganância dos gestores públicos na base de cálculo do valor venal das Edificações, que origina o valor do IPTU, completamente distorcido da realidade local.

A pandemia e a evolução do trabalho “home office”, com o forte componente da Internet, certamente contribuíram para o esvaziamento das atividades e presença do público em vários locais no mundo inteiro e, em nossa Cidade, não poderia ser diferente.

Aí , neste ponto , começa a enorme miopia das autoridades de nossa cidade, em não perceber a importância na mudança , com urgência, das planilhas de cálculo daquele Imposto.
Os altos valores cobrados, numa área já esvaziada e com pouca segurança, resultam em prédios desocupados, tornando proibitivas e sem interesse para transações comerciais de locação ou de potenciais compradores.

Falta de sensibilidade na Gestão Municipal ou será, negligência fortuita?

Num segundo ponto vem a incoerência de tombamento ou preservação de Edificações antigas sem avaliar se seus proprietários têm condições financeiras ou econômicas para sua preservação, pois tais prédios, em sua maioria, estão vazios, improdutivos, abandonados ou invadidos. E desta forma, certamente irão desabar e virar ruínas.

Os proprietários não querem ou não podem arcar com os custos de manutenção e preservação numa área degradada e sem segurança física e patrimonial. E, como uma pá de cal, também não há orçamento público nem fundos financeiros para bancar tais tombamentos ou procedimentos de preservação. História caída no chão não tem o menor valor cultural !

Outro aspecto decorrente desta politica tributária e não menos importante é a insegurança advinda das invasões daquelas Edificações por drogados e traficantes, resultando em roubos, assaltos e crimes diuturnamente.

Quanto menos segurança é maior o avanço da marginalidade e desvalorização dos patrimônios, o que pode resultar num processo de favelização do Centro da outrora Cidade Maravilhosa.

É o óbvio, não?

Até quando?

*Adm. Alberto Levitan é Coordenador da Comissão Especial Gestão e Administração Profissional de Edificações do CRA-RJ.

 

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