Salário emocional: impacto na produção e performance

Salário emocional: impacto na produção e performance

Salário emocional: impacto na produção e performanceIndiscutivelmente o item de maior relevância no relacionamento colaborador/empresa é o salário. Há uma frase que já se popularizou que diz “para quem paga sempre é muito; para quem recebe sempre pode haver aumento”.
Quem já passou por atraso no seu recebimento sabe o transtorno que é administrar as finanças quando o crédito não chega no dia acordado e é lógico que o clima organizacional fique péssimo, mesmo quando este atraso é fundamentado. Há sempre alguém que diz: “explica, mas não justifica”.
Mas, não apenas de dinheiro é composto os ganhos do funcionário: benefícios garantidos pelas empresas têm um destaque importante na avaliação geral feita pelos colaboradores que funcionam como um diferencial entre as organizações, e fazem com que as empresas que se preocupam em investir em benefícios sejam disputadas por profissionais bem qualificados. Estas empresas sempre estão em destaque e citadas como as melhores empresas para trabalhar nas revistas especializadas em RH. Atualmente, o conjunto de ganhos e boas práticas gerenciais foi batizado de SALÁRIO EMOCIONAL.
Vamos conhecer um pouco mais deste universo, as vantagens que uma boa remuneração e ganhos adicionais podem gerar de resultados positivos para as organizações e especialmente fazem com que haja retenção de talentos e propicia um clima organizacional favorável, o que promove a superação de metas e objetivos traçados pelos líderes.

ORIGEM E REPRESENTAÇÃO
A título de compreensão do termo salário, vamos à sua origem e o que ele representava. Uma rápida volta à história: a origem do termo está diretamente ligada ao Império Romano, a palavra origina-se do latim “salarium”. Essa expressão traduzia o que os soldados romanos recebiam por seus serviços prestados ao Império: uma porção de sal.
Vale destacar que na ocasião o sal era um item muito valioso e muito caro. Afinal, tal produto tinha três funções vitais:
1) Cicatrização de machucados e ferimentos;
2) Melhoria do sabor dos alimentos;
3) Conservação de alimentos, em especial, as carnes.
Esse tipo de pagamento durou por todo o Império Romano, cerca de 5 séculos.
Os imperadores e povos romanos adoravam tanto o sal que o consideravam uma espécie de dádiva da Deusa da Saúde, conhecida por HÍGIA.
Somente em meados do século XIV que o salário começou a existir de forma similar como hoje é conhecida: pagamento recebido por prestação de serviço e vínculo empregatício.

SALÁRIO EMOCIONAL
Ao contrário de um salário contratado tendo como referência o número de horas dedicadas à empresa e transformado em dinheiro recebido, o salário emocional não é representado por uma cifra e nem está registrado em carteira. Refere-se, a um conjunto de fatores emocionais e motivacionais que fazem com que os colaboradores se sintam confortáveis e queiram permanecer na empresa. Na maioria dos casos trata-se de algo subjetivo, que varia de acordo com cada ambiente ou tipo de profissional, sua composição acaba sendo diferenciada.
Os elementos desse tipo de salário não têm ligação direta com os benefícios obrigatórios pela legislação trabalhista que são fornecidos aos funcionários e nem com a entrega de valores financeiros. Sua representação nem sempre é tangível e chega a beira a subjetividade, variando de acordo com as características dos profissionais de cada organização e suas necessidades.
Essa estratégia busca as vantagens que vão além do básico oferecido pelas empresas aos seus colaboradores. Os elementos devem envolver fatores como: qualidade de vida, reconhecimento, cultura organizacional, entre outros. Essas vantagens costumam ser oferecidas por empresas que possuem a visão de uma nova realidade e enxergam o capital humano como elemento produtivo dos negócios.

VANTAGENS DO SALÁRIO EMOCIONAL
Este tipo de estratégia traz vantagens para os dois lados da relação — ganha e empresa e ganha o colaborador. De acordo com o FIB — Felicidade Interna Bruta, que é um novo indicador da ONU — Organização das Nações Unidas criado como uma forma de complementar as medidas já tradicionais, como o PIB — Produto Interno Bruto, para medir o desenvolvimento de uma nação. Entre os quesitos que são analisados pelo FIB estão: bem-estar humano, esgotamentos dos recursos da natureza, cuidados familiares e utilização do tempo de forma equilibrada.

Salário Emocional faz a integração do tangível com o não tangível, pode impactar positivamente os funcionários através da avaliação dos seguintes fatores:

  • Saúde: hábitos de dentro e fora das instalações da empresa. A flexibilidade para que o indivíduo cuide da saúde é uma das características da FIB, como por exemplo empresas que oferecem espaços destinados à saúde do profissional dentro do ambiente de trabalho;
    • Gestão do tempo: oferecer bem-estar em relação ao tempo gasto para que não afete relações com amigos e familiares, por exemplo flexibilidade de horário;
    • Bem-estar psicológico: leva em conta os níveis de satisfação pessoal com relação a própria vida do indivíduo, considerando emoções positivas e negativas, como por exemplo o estresse;
    • Vitalidade comunitária: análise do relacionamento e interação nas comunidades, examinando o nível de confiança, pertencimento e engajamento;
    • Educação: fatores relacionados ao envolvimento com a educação do indivíduo. Por exemplo, o desenvolvimento de competências, flexibilização para funcionários que realizam cursos;
    • Cultura: maior conexão com quem trabalha e consome os serviços da empresa. Por exemplo, promover tradições regionais e locais;
    • Meio ambiente: interação do funcionário com o ambiente que ele faz parte por exemplo, práticas de sustentabilidade;
    • Governança: análise de como o cidadão interage na sociedade. Ligada aos negócios, tem relação em como ele lida com a sua liderança;
    • Padrão de vida: análise da renda, posses, dívidas, qualidade de habitação e salário.

Sendo assim, o salário emocional deve sempre estar alinhado aos valores da empresa e dos colaboradores, pode ser visto como um fator motivacional e um investimento que vai render resultados em curto, médio e longo prazo. A partir desta reflexão, quando você estiver participando de uma entrevista de emprego pense duas vezes quando for responder qual a sua pretensão salarial.

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