Falta gestão na aviação

O Jornal “O Globo”, na sua edição de 17/02/2024 apresenta uma matéria com o seguinte dizer: “À espera do socorro”. A reportagem cita que as companhias aéreas brasileiras reservam R$ 1 bilhão para processos, alegando que os problemas com os consumidores/passageiros começaram pós-pandemia (sempre a pandemia como bode expiatório para cobrir a falta de gestão das empresas).

Outro problema apresentado como fator preponderante é a judicialização no país, citando ainda que as pessoas entram na justiça por qualquer motivo, que já existe uma indústria de empresas especializadas em ofertar estes serviços e até adquirir dos clientes os direitos a ação no caso de voos cancelados. Como forma de diminuir os prejuízos, as empresas estão ofertando vouchers aos clientes, o quê só aumentaria o prejuízo.

Ao ler a reportagem, pensamos que as “coitadinhas” das companhias aéreas brasileiras são perseguidas pela justiça e os clientes são os vilões da história.

Vamos lá: será que a justiça acata toda e qualquer reclamação? A culpa é mesmo da pandemia? Existem pedidos absurdos de indenização na justiça?

Não temos como responder por isto, mas vejo um comércio paralelo ao se comprar um bilhete aéreo, por exemplo, ao vender separadamente marcação do assento, desembarcar primeiro, quantidade de volumes/tamanho/peso de bagagem, entre outros.

Continuamos vendo uma desorganização no embarque e desembarque dos passageiros sem que ninguém tente melhorar. E pior ainda é o péssimo atendimento, tanto pessoal quanto virtualmente. O que sinaliza despreparo dos funcionários, sem falar dos sistemas. Ah, os sistemas! Sempre eles levam a culpa, como se agissem por conta própria.

Para piorar, muitas destas ações provavelmente ocorrem porque a empresa não honra com o que foi vendido e, como em qualquer negócio comercial, o cliente procura os seus direitos na justiça, pois, no pós-atendimento as empresas deixam muito a desejar. Cadê o Marketing de Relacionamento? Só serve para oferecer “vantagens”?

Para terminar, sugerimos que as companhias aéreas, ao invés de ficar implorando ajuda do governo (algo que sou e sempre fui contra), procurem efetivamente Administradores que façam uma gestão competente.

Uma empresa bem administrada vai diminuir muito as ações na justiça, será mais eficiente e consequentemente não precisará pedir dinheiro ao governo, pois, pelos seus ótimos serviços, ela terá apenas um problema: gerenciar o número de passageiros que farão fila para utilizar seus serviços.

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