Campanha de Marketing: comunicação pessimista ou otimista?

*Adm. Firmino Carneiro

Pode ser que daqui a algum tempo, meses, anos ou séculos, a reflexão inserida neste texto não tenha validade. Porém, penso que é bastante atual.

Estamos em janeiro de 2020, vivendo uma turbulência mundial causada por um vírus que não tem tratamento precoce, segundo a área científica, e pode ser mortal.

No momento, existe um movimento de vacinação cujo objetivo é buscar a imunização, para fazer com que a circulação do vírus diminua e, como consequência, seja ampliada a capacidade de tratamento conforme os moldes de outras doenças.

Esse contexto me levou a refletir sobre o marketing e o efeito da comunicação aplicada nas campanhas de divulgação de dados ou de busca para manter o cliente informado.

Numa opção de comunicação pessimista, parece que uma opção seria a seguinte:

“O Brasil possui cerca de 212 milhões de habitantes. Como as vacinas devem ser aplicadas em duas doses, precisaremos de 424 milhões de doses e temos disponível para aplicar em torno de 12 milhões de doses”.

No caso de uma comunicação otimista:

“O Brasil começou a vacinar sua população e hoje atingimos o número expressivo de meio milhão de brasileiros vacinados. Vamos que vamos para frente”.

Sem entrar no mérito de qual comunicação é melhor em uma campanha de informação, com certeza, ambas se aplicam.

Nos diversos meios de comunicação hoje disponíveis no mercado, correlaciono com o que está acima exposto (pessimismo x otimismo) e percebo que algumas campanhas de marketing estão nessa linha, começando otimistas e terminando com o pessimismo. Tive uma experiência recente ao fazer uma compra pela internet. Após pesquisar sites de vendas do produto, analisei a melhor oferta em termos de preço, prazo de entrega e qualidade do produto, obviamente buscando a melhor opção para satisfazer minha necessidade.

Um tempo depois, ao abrir o noticiário de jornais, leio a propaganda de uma empresa que havia pesquisado com uma oferta tentadora (comunicação otimista). Imediatamente me “loguei” no site da empresa e iniciei o processo da compra: preencher cadastro, criar senha, repetir as letras para verificar que não é spam e finalmente fazer o pedido de compra. Ao decidir a forma de pagamento, cartão débito ou crédito, recebo a mensagem de o produto está indisponível e avisarão quando chegar (comunicação pessimista). Fica a pergunta: “será que volto a fazer pesquisa ou compra nesse fornecedor”?

Esta é a reflexão de como devemos encarar a comunicação nas campanhas de marketing? Pode-se escolher entre o otimismo e o pessimismo. Se tivesse recebido a informação de produto indisponível no início do processo de compra, com certeza, numa próxima oportunidade faria consulta nesse fornecedor. Porém, a informação tardia fez com que fosse devidamente excluído das próximas compras.

Atualmente, temos ferramentas de informática que auxiliam nessa comunicação. O celular é um grande aliado e a inteligência artificial também, porém, nem sempre se sabe o caminho percorrido para uma comunicação correta.

Antes de qualquer campanha de Marketing deve ser definido o perfil dos clientes que serão atingidos ou terão contato com a campanha. Até porque o que pode ser considerado como comunicação pessimista para um cliente, pode ser otimista para outro.

Esta comunicação deve ser elaborada de forma que atinja o foco principal que é saber exatamente o sonho, desejo e necessidade do cliente.

*Adm. Firmino Carneiro é conselheiro suplente do CRA-RJ (2019- 2022).

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