O papel estratégico da Gestão de Facilities no ESG das empresas
As práticas ESG são mais do que uma tendência do momento. Para você entender o cenário, um levantamento da Amcham Brasil apontou que 7 em cada 10 empresas brasileiras adotam alguma prática de ESG.
ESG é uma sigla em inglês que significa Environmental, Social and Governance. Trata-se de um conjunto de padrões e boas práticas que orientam empresas a atuarem de forma consciente nos aspectos ambiental, social e de governança.
O mercado de Facilities já entendeu a importância de aplicar ações mais sustentáveis e responsáveis, visando o bem-estar e a segurança de seus colaboradores, parceiros e clientes. Nos últimos anos, muitas adaptações foram feitas no mercado para a redução dos impactos em todos os pilares do ESG.
No setor de Facilities, a adoção de medidas ambiental, social e de governança é levada a sério. Afinal, o compromisso se manifesta na busca constante por soluções sustentáveis que garantam ambientes mais seguros, eficientes e saudáveis para todos.
Não é uma tarefa simples e nem rápida incorporar essas ações em nossas rotinas e das empresas para as quais prestamos serviços. Na verdade, é um processo gradual e que começa com pequenas ações.
A pressão por práticas sustentáveis nunca foi tão forte. Segundo a PwC, 79% dos investidores avaliam critérios ESG antes de decidir onde investir. Isso significa que empresas que não se adaptarem podem perder valor e espaço no mercado.
É nesse cenário que o setor de Facilities assume um papel estratégico. Muito além de cuidar da operação diária, a Gestão de Facilities nas empresas pode reduzir custos, otimizar recursos e impulsionar resultados em sustentabilidade, impactando diretamente os pilares Ambiental, Social e de Governança.
O setor de Facilities ocupa uma posição estratégica dentro das empresas, pois conecta diretamente a operação diária com as metas de sustentabilidade corporativa. Isso significa que suas decisões impactam não apenas a eficiência operacional, mas também a forma como a organização é percebida por colaboradores, clientes, investidores e sociedade.
O que é ESG para gestão de Facilities?
Para todos que trabalham no mercado de Facilities, ESG se traduz em ações voltadas para o cuidado com o meio ambiente, responsabilidade social e ética corporativa. Na prática, adotamos soluções e tomamos decisões conscientes integradas à rotina operacional.
Segundo a IFMA (International Facility Management Association), até 30% dos custos operacionais de uma empresa estão ligados à gestão de Facilities. Ou seja, ao adotar práticas alinhadas ao ESG, o setor consegue reduzir custos e gerar valor sustentável ao mesmo tempo.
Entre suas principais responsabilidades estão:
- Garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis (pilar Social).
- Otimizar o uso de energia, água e resíduos (pilar Ambiental).
- Promover transparência, governança e conformidade regulatória (pilar Governança).
- Ambiental
- Consumo de água e energia;
- Descarte de resíduos;
- Escolha de materiais e produtos de limpeza e manutenção.
- Social
Como gestor, você sabe que a empresa deve se preocupar não apenas com o lucro, mas também com as pessoas que fazem o serviço acontecer. Esse fundamento envolve práticas referentes ao modo como os serviços são executados:
- Condições de trabalho seguras e dignas;
- Programas de capacitação e treinamentos técnicos;
- Promoção da inclusão e valorização da diversidade;
- Desenvolvimento de fornecedores locais.
- Governança
Você, que é responsável pela Gestão de Facilities, sabe que, neste pilar, algumas medidas são essenciais e reforçam a transparência e a credibilidade de qualquer empresa. São elas:
- Seguir normas técnicas;
- Garantir conformidade com legislações sanitárias e ambientais;
- Manter registros e indicadores atualizados.
Portanto, o setor de Facilities não é apenas executor de serviços, mas sim um facilitador de mudanças estruturais que impulsionam empresas rumo à agenda ESG.
Facilities e ESG no Pilar Ambiental (E)
A sustentabilidade ambiental é, sem dúvida, o pilar mais visível do ESG. Aqui, o setor de Facilities exerce grande influência, pois é responsável pela gestão de recursos como energia, água, resíduos e insumos de higiene — todos com impacto direto na pegada ecológica da empresa.
Um estudo da McKinsey (2022) revelou que as empresas que implementam práticas de eficiência energética reduzem até 30% de seus custos operacionais. Isso demonstra o potencial estratégico do Facilities em alinhar redução de custos e sustentabilidade.
Eficiência energética e redução de consumo
Adoção de lâmpadas LED, sensores de presença e manutenção preventiva de sistemas elétricos são medidas simples, mas altamente eficazes. Além disso, a gestão inteligente de climatização pode representar economias significativas sem comprometer o conforto.

Instalação de dispositivos de baixo fluxo, monitoramento de consumo em tempo real e campanhas de conscientização interna ajudam a reduzir o desperdício. Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), medidas de eficiência hídrica podem gerar economia de até 40% no consumo.
Redução de resíduos e economia em higiene
O setor de Facilities responde por cerca de 20% dos resíduos sólidos urbanos no Brasil (ABRALIMP). A gestão correta de insumos de limpeza, o uso de dispensadores econômicos e a substituição por produtos reciclados ou certificados reduzem impactos ambientais e custos operacionais.
Parcerias com fornecedores sustentáveis
Escolher fornecedores que sigam critérios ambientais e possuam certificações é outro ponto-chave. Isso garante que a cadeia de suprimentos esteja alinhada às metas de ESG da empresa, reforçando a credibilidade e o compromisso com práticas sustentáveis.
Em resumo, quando Facilities assume a dianteira no pilar ambiental, a empresa ganha em eficiência, economia e reputação.
Facilities e ESG no Pilar Social (S)
O pilar Social do ESG está diretamente ligado ao cuidado com pessoas, tanto dentro quanto fora da empresa. Nesse campo, o setor de Facilities tem papel essencial, pois influencia diariamente o bem-estar dos colaboradores e ainda pode ampliar o impacto positivo para a comunidade.
De acordo com a Deloitte (2023), empresas que investem em ambientes de trabalho saudáveis apresentam redução de até 25% no turnover. Ou seja, o investimento em boas práticas sociais não apenas promove qualidade de vida, mas também gera economia.
Melhoria das condições de trabalho
Facilities garante ambientes limpos, seguros e ergonômicos. Isso inclui desde processos de higiene adequados até sistemas de climatização e manutenção preventiva, que preservam a saúde e a produtividade dos colaboradores.
Apoio à comunidade e impacto social
Parcerias com organizações sociais, programas de voluntariado corporativo e doações de insumos de higiene são formas de Facilities contribuir para o entorno da empresa, reforçando o compromisso social da marca.
Diversidade e inclusão no ambiente corporativo
O setor também pode atuar na adaptação de espaços para acessibilidade, garantindo igualdade de condições. Além disso, pode priorizar fornecedores que incentivam diversidade em suas equipes, fortalecendo práticas inclusivas na cadeia de valor.
Assim, Facilities não é apenas executor de serviços, mas um agente de impacto social, ajudando a empresa a cumprir seu papel de responsabilidade com colaboradores e comunidade.
Facilities e ESG no Pilar Governança (G)
A governança corporativa é o alicerce que garante transparência, ética e conformidade nos processos de uma organização. Nesse sentido, o setor de Facilities desempenha papel fundamental ao criar rotinas que reforçam segurança, padronização e prestação de contas.
Segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), empresas que adotam práticas sólidas de governança conseguem aumentar em até 23% o valor de mercado no longo prazo. Isso acontece porque investidores e clientes confiam mais em companhias que demonstram clareza e responsabilidade em sua gestão.

Facilities atua na prevenção de falhas operacionais que poderiam gerar multas, acidentes ou impactos ambientais. Isso inclui monitoramento constante de riscos, treinamentos periódicos e controles internos que asseguram conformidade com normas legais e regulatórias.
Transparência e engajamento de stakeholders
A divulgação de informações sobre práticas de sustentabilidade, resultados operacionais e indicadores de Facilities fortalece a relação com clientes, fornecedores e colaboradores. Esse processo gera credibilidade e reduz riscos de reputação.
Indicadores e métricas de governança em Facilities
Adotar KPIs (Key Performance Indicators) como consumo de energia, volume de resíduos reciclados ou incidentes de segurança permite medir resultados de forma objetiva. Além disso, facilita a prestação de contas à diretoria e aos stakeholders.
Assim, Facilities se consolida como parceiro estratégico da governança corporativa, oferecendo credibilidade, rastreabilidade e alinhamento ético em toda a operação.
Lista prática de iniciativas de Facilities alinhadas ao ESG
Um dos maiores desafios das empresas é transformar o discurso de sustentabilidade em ações concretas. Nesse ponto, o setor de Facilities pode liderar a implementação de práticas que geram impacto real em todos os pilares do ESG.
Confira algumas iniciativas práticas que podem ser aplicadas:
- Energia: substituição de lâmpadas fluorescentes por LED, sensores de presença e automação predial para reduzir desperdício.
- Água: instalação de torneiras temporizadas, descargas de baixo consumo e monitoramento de vazamentos.
- Resíduos: implantação de coleta seletiva, reciclagem de papel, plástico e metais, além de campanhas internas de conscientização.
- Higiene profissional: uso de dispensadores inteligentes que evitam desperdício e priorização de produtos reciclados ou certificados.
- Saúde e segurança: manutenção preventiva de sistemas de climatização e limpeza adequada para evitar riscos de contaminação.
- Comunidade: parcerias com ONGs locais e programas de voluntariado corporativo.
- Governança: relatórios periódicos de consumo e sustentabilidade, com KPIs de Facilities integrados ao planejamento estratégico.
Essas iniciativas, além de reduzir custos, reforçam a imagem da empresa como comprometida com o futuro. O segredo está em começar com pequenas mudanças de alto impacto que podem ser escaladas ao longo do tempo.
Como começar a aplicar ESG no setor de Facilities
Colocar em prática ações de ESG pode parecer um desafio complexo, mas o setor de Facilities tem condições de liderar essa jornada de forma estruturada. O segredo está em começar com um diagnóstico simples e evoluir gradualmente.
Passo 1 – Mapeamento de fornecedores e contratos
Avalie se os fornecedores atendem a critérios ambientais, sociais e de governança. Prefira parceiros com certificações de sustentabilidade e políticas claras de compliance.
Passo 2 – Avaliação de consumo e indicadores
Levante dados sobre energia, água, insumos de higiene e resíduos. Crie indicadores (KPIs) que permitam medir o desempenho de Facilities em cada pilar do ESG.
Passo 3 – Diagnóstico ambiental e social da operação
Com base nos indicadores, identifique pontos críticos, como desperdício de recursos, falhas de segurança ou falta de acessibilidade. Isso ajuda a direcionar os investimentos e priorizar ações de maior impacto.
Passo 4 – Plano de ação e comunicação transparente
Defina metas claras, como redução de 10% no consumo de energia em 12 meses ou reciclagem de 80% dos resíduos gerados. Compartilhe os resultados com colaboradores e stakeholders para fortalecer o engajamento.
Com esses quatro passos, o setor de Facilities assume a liderança da transformação ESG, garantindo eficiência operacional, redução de custos e reputação sustentável para a empresa.
Para o setor de Facilities, a adoção de práticas ESG gera benefícios claros:
- Redução de impacto ambiental
- Eficiência operacional
- Fortalecimento da imagem corporativa ao comunicar práticas alinhadas ao ESG.
Uma boa Gestão de Facilities desempenha um papel fundamental ao adotar um conjunto de práticas e ações sustentáveis e sociais que expressam o compromisso da empresa com o futuro.
Edifícios com certificados ambientais recebem a chancela de terceira parte por um órgão certificador que atesta a melhoria de seus sistemas, conferindo-lhes credibilidade e reconhecimento no mercado.
As certificações ambientais podem transformar completamente a maneira como você constrói e opera seus projetos.
Imagine um espaço que não só valoriza as questões sustentáveis, mas também proporciona economia e bem-estar para seus ocupantes.
O que são certificações ambientais?
Certificações ambientais são reconhecimentos formalizados que indicam quando produtos, empresas, processos ou serviços estão em conformidade com normas pré-estabelecidas para a preservação ambiental.
Quando o assunto são edifícios, as certificações ambientais mais relevantes vêm como uma forma de avaliar e reconhecer práticas de construção sustentável que diminuem o impacto ambiental e promovem o bem-estar dos ocupantes.
Importância das certificações ambientais para as edificações
Ao cumprir com os requisitos e critérios estabelecidos pelas certificações, os edifícios podem otimizar a eficiência energética dos seus sistemas, minimizar o uso dos recursos naturais e melhorar a qualidade ambiental dos espaços internos.
Nesse sentido, o investimento em certificações ambientais pode reduzir os custos operacionais e contribuir como estratégia para valorização do empreendimento.
Principais certificações ambientais para projetos verdes
Vamos conhecer agora algumas das principais certificações ambientais que podem transformar seu projeto em um exemplo de sustentabilidade. Veja quais são!
Certificação LEED
A Certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é uma das certificações ambientais mais reconhecidas internacionalmente. Criada pelo U.S. Green Building Council (USGBC), ela avalia desde o terreno de implantação do edifício, a eficiência dos sistemas de água e energia e a qualidade ambiental interna.
Principais certifações
Certificação AQUA
A Certificação AQUA-HQE™ (Alta Qualidade Ambiental) é a adaptação brasileira da francesa HQE™ (Haute Qualité Environnementale). Aplicada exclusivamente pela Fundação Vanzolini, ela avalia o desempenho ambiental de edificações em 14 categorias, como:
- Gestão do projeto;
- Qualidade ambiental do edifício;
- Eficiência energética;
- Conservação de recursos naturais;
- Condições de conforto e saúde dos usuários,

A Certificação WELL™ coloca a saúde e o bem-estar dos ocupantes no centro das atenções. Desenvolvida pelo International WELL Building Institute (IWBI), ela avalia a qualidade dos recursos essenciais à vida como o ar, água e luz, o incentivo a boa nutrição, o conforto ambiental dos espaços internos, e a influência do edifício e de políticas operacionais na promoção da saúde mental de seus ocupantes.
Certificação EDGE
A Certificação EDGE (Excellence in Design for Greater Efficiencies) é promovida pela International Finance Corporation (IFC). Voltada para mercados emergentes, ela exige que os edifícios sejam pelo menos 20% mais eficientes em termos de energia, água e materiais.
O processo de certificação EDGE é rápido e acessível, totalmente online, indicado para projetos com recursos limitados.
Certificação PBE Edifica
A Certificação PBE Edifica é 100% nacional e faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Ela classifica a eficiência energética de edificações comerciais, públicas e residenciais em uma escala de A (mais eficiente) à E (menos eficiente) e considera aspectos para otimizar o desempenho térmico, o sistema de iluminação e de climatização.
Conclusão
O setor de Facilities deixou de ser apenas operacional para se tornar um pilar estratégico na agenda ESG das empresas. Ao atuar nos três pilares — ambiental, social e governança — ele contribui para reduzir custos, melhorar o bem-estar das pessoas e fortalecer a reputação corporativa.
Mais do que atender às exigências de investidores e clientes, adotar práticas ESG é uma forma de preparar sua empresa para o futuro. E a boa notícia é que esse processo pode começar com ações simples e mensuráveis.
