OS RISCOS NA GESTÃO DO ENSINO

OS RISCOS NA GESTÃO DO ENSINO

Cada vez mais constatamos que o grande diferencial entre o sucesso ou o insucesso das organizações está em sua gestão e, principalmente, na atuação das pessoas na condução do dia a dia. Muitos acreditam que o bom senso e o agir com base em experiencias anteriores, desconsiderando realidades distintas e condicionantes totalmente diversos, não influenciarão nos resultados – o que é um equívoco.

Um dos exemplos, dos mais representativos, tem sido na gestão das Instituições de ensino superior (IES). Inegavelmente, esse tem se mostrado um mercado altamente competitivo e que, pelo volume de capacidade ofertada, muito acima da demanda, já não permite as IES serem administradas de forma amadora, sob risco de colocar as organizações que as mantém em posições de insolvência. As regras internas em Regimentos, Planos de desenvolvimento institucional, Projetos pedagógicos de cursos, organização e metodologias educacionais precisam estar sendo adequadas e constantemente aprimoradas, considerando sempre as demandas em constante mudança e não se pode desconhecer que as Instituições precisam ter resultados financeiros positivos, sem prejuízo da qualidade acadêmica. Dirigentes, coordenadores de cursos, membros dos núcleos docentes estruturantes e professores precisam entender seus papeis de gestores e estarem preparados para esse desafio.

Recentemente temos acompanhado mudanças também ocorridas nos cursos de Medicina, anteriormente com capacidade ofertada muito menor que a demanda. Há três anos verifica-se aumento significativo de oferta de cursos e vagas e de sua disponibilização em muitos municípios do interior do país, o que reduz a migração de alunos para as capitais. O cenário atual já pressiona preços de mensalidades, antes muito aumentados em função da oferta e da procura. A disponibilidade já gera vagas ociosas na maioria dos cursos. Já se notam posturas mais flexíveis, inclusive nos processos seletivos das IES e mudanças no perfil dos ingressantes com acesso direto de muitos portadores de diploma, alunos em atividades profissionais regulares e facilidades em metodologias e avaliações de alunos.

As organizações de ensino superior precisam cuidar de escolher e preparar seus quadros funcionais com profissionais dotados de conhecimento de gestão e atentos às demandas e exigências necessárias ao bom desempenho para atingir bons resultados acadêmicos e do negócio em si. Metodologias de ensino e principalmente, as avaliações de desempenho dos alunos precisam ser muito cuidadas para garantir um egresso de qualidade e que possa fazer diferença no mercado de trabalho, pois criar facilidades nisso, vem atendendo alunos que só focam na obtenção de diplomas, reduzindo com isso os índices de evasão, mas gerando sérios prejuízos na empregabilidade e encaminhando um crescente descredito do sistema de formação e aos diplomas o que ameaça a sobrevivência delas.

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