Os jovens ainda precisam de universidade?
Censo divulgado pelo Ministério da Educação revelou 43,4% dos jovens entre 18 e 24 anos concluíram o ensino médio mas não frequentam o ensino superior. Entre a universidade, eles preferem ser streamer e ganhar dinheiro em casa pela internet.
De acordo com o Censo do ensino superior de 2022, divulgado recentemente pelo Ministério da Educação, 43,4% dos jovens entre 18 e 24 anos concluíram o ensino médio mas não frequentam o ensino superior. Em relação à evolução do número de participantes no Enem, principal porta de entrada para o ingresso em universidades públicas (via Sisu) e particulares (Fies, Prouni ou bolsas de ensino), em 2022, foram 2.394 milhões de alunos, o que representa apenas 39% do pico de 2016, ano que registrou 6,1 milhões de participantes. O número de 2022 se assemelha ao patamar de 2009, quando 2,4 milhões de pessoas realizaram as quatro provas do exame.
De acordo com o Censo do ensino superior de 2022, divulgado recentemente pelo Ministério da Educação, 43,4% dos jovens entre 18 e 24 anos concluíram o ensino médio mas não frequentam o ensino superior. Em relação à evolução do número de participantes no Enem, principal porta de entrada para o ingresso em universidades públicas (via Sisu) e particulares (Fies, Prouni ou bolsas de ensino), em 2022, foram 2.394 milhões de alunos, o que representa apenas 39% do pico de 2016, ano que registrou 6,1 milhões de participantes. O número de 2022 se assemelha ao patamar de 2009, quando 2,4 milhões de pessoas realizaram as quatro provas do exame.
Em geral, jovens que se lançam em oportunidades da moda em busca de renda deixam de lado o critério da carreira, tanto pelo lado da trajetória como pelo lado da sustentabilidade profissional. O foco distorcido no dinheiro rápido não considera o que se fazer quando esta oportunidade entrar em declínio. Como consequência, este público se torna refém do mercado, em vez de aproveitar o mercado a seu favor. A universidade vai além de um ambiente para além da formação profissional: tornou-se um catalisador de experiências. Nela, o aluno aprende as competências técnicas de que necessita para um determinado campo profissional por meio da grade curricular do seu curso, mas também tem o seu perfil pessoal forjado pelas demais experiências para encarar adversidades que o mercado gera.
Ao cursar uma graduação, o jovem amplia a sua visão de mercado, o que o torna capaz de migrar de uma atividade para a outra em caso de declínio de determinadas oportunidades a médio e longo prazos. Além disso, por meio de projetos de extensão universitária, pode correlacionar o seu conhecimento profissional com uma determinada demanda social, possibilitando o desenvolvimento de uma visão estratégica, compreendendo quais públicos podem ser atingidos de forma direta e indireta, econômica e socialmente. É a base de uma preparação empreendedora, que não é possível de ser conquistada de maneira consistente apenas por meio de certificações rápidas ou de tendências de mercado.
Por isso, os jovens que se lançam em oportunidades rápidas para ganhar dinheiro podem até lucrar no curto prazo, mas sofrerão mais no longo prazo para manter este padrão de renda. Já os jovens que investem na formação universitária podem até inverter a curva, ganhando menos no início, mas terão maiores possibilidades reais de uma renda maior a longo prazo. Além de levarem consigo toda a visão estratégica para se movimentarem de acordo com a dinâmica do mercado, aproveitando a seu favor as oportunidades geradas e mantendo, por mais tempo, a estabilidade profissional tão desejada.