O perigo do colapso hospitalar
*Adm. Fátima Ribeiro
De acordo com as autoridades competentes, o isolamento social não é uma questão de escolha e sim de obrigatoriedade. Por isso, nesta semana que se inicia, por favor, fiquemos em nossas casas.
É o momento em que o pico da contaminação pode chegar e, sintomáticos ou não, poderemos ver o colapso do Sistema de Saúde Hospitalar, nas semanas finais de março até o final de Abril/2020.
Colapso do Sistema de Saúde Hospitalar é não ter onde se tratar, literalmente. Não haverá leitos, insumos, pessoal.
Será inevitável, mas podemos ajudar tentando reduzir o contágio.
Falamos em colapso do Sistema de Saúde Hospitalar Público e também o Privado, que não terão como absorver ninguém.
Falamos em colapso do Sistema de Saúde Hospitalar como um todo, pois além do Coronavírus existem as doenças sazonais, como a influenza, dengue etc.; as doenças reemergentes, como sarampo; e a doença que está instalada em muitas emergências sem que tenham diagnóstico, como a tuberculose e hanseníase; além dos acidentes e outros tipos de situações que enchem as emergências e que precisam de atenção.
Falo da importância da Atenção Primária e da capacidade dos profissionais dessa rede de atenção, em seguir os protocolos para Covid-19.
Falo da importância de olhar para os profissionais da Saúde, que começarão, se já não estão, a apresentar cansaço físico e emocional, que os tornam totalmente ou mais vulneráveis. São seres humanos.
Falo também das doenças sociais, uma visão agora obrigatória das autoridades em razão da pandemia.
Falo das pessoas sem condições, que moram nas ruas e vivem à margem da sociedade, que vão para os hospitais acometidos por esta doença e lá são descobertas outras doenças endêmicas, que por muitas vezes passaram despercebidas e, dentre elas, a desnutrição, alcoolismo, hipertensão, diabetes etc., consideradas porta de entrada para doenças graves.
A nossa responsabilidade é fundamental no controle ao contágio em se tratando do Coronavírus. Sabemos que é difícil, mas não impossível.
Começou também a Campanha de Vacinação contra a influenza. Momento importante, em que precisamos atender ao chamado das autoridades de saúde.
O Brasil é um país que tem como uma das ações mais positivas do Sistema de Saúde o Programa de Vacinação.
Bem, não sou médica e sim administradora de um sistema no qual acredito — a Saúde. Fico informada através de fontes que entendo como verdadeiras e pelo conhecimento do cenário. Tudo depende de planejamento e da gestão.
É hora de administrar a vida a fim de auxiliar a gestão eficaz de nossos processos pessoais, profissionais e sociais.
Somos profissionais capacitados nessa ciência.
*Adm. Fátima Ribeiro é coordenadora da Comissão Especial de Administração em Serviços de Saúde do CRA-RJ.