A Administração numa visão matrimonial

Hoje pensamos em casamento como algo que pode ou não ser para a vida inteira. Antigamente não era assim.

Hoje escolhemos profissões que são para o momento de nossas vidas e não para a vida toda.

A vida profissional imita a vida pessoal ou a vida pessoal imita a profissional?

Formado o dilema tentaremos expor os porquês do sucesso e o do insucesso de vários casos.

Administradores empresarias pensam que as empresa são suas amantes, quando na verdade são esposas, elas estão juntas com o administrador, mas possuem vida e sistema próprio de olhar o mercado, seja o mercado físico ou competitivo. As amantes são mais agressivas no agir, todavia são frágeis no dia-a-dia, seus argumentos são fracos na essência e na norma social. Entram no mercado no intuito único de sugar o capital ao qual está de forma associativa, mas não contribui em nada para a formação.

Nós, administradores, queremos uma empresa amante ou uma empresa casada com nossos pensamentos?

Para definirmos uma resposta teríamos que expor um sem fim de argumentos de ordem pessoal, logo cada um terá a sua resposta.

Empresas que amamos nem sempre nos colocam na posição que desejamos, talvez por causa do amor cego e a nossa visão global de mercado se perca na proximidade do núcleo empresarial que estamos envolto. Outras empresas, em sua maioria sedutoras, amantes, elegantes na forma e ambiciosas no jeito de formalizar nos apresentam propostas tentadoras, daquelas que mexem com o profissional e com o homem. O que fazer? Há uma tentação por fazer algo novo, diferente, uma novidade para o jeito tradicional ao qual nos vimos por anos, meses e que nos faz pensar em mudar, uma proposta de mudança para quem está com vontade de mudar.

Vale a pena deixar o vinculo matrimonial (profissional) que temos com uma empresa para arriscar numa proposta tentadora? Na verdade cada um terá a sua resposta.

O que cabe lembrar ao administrador é que no meio dessa historia haverá acusações de traição, infidelidade, quebra de segredos, cobiça, falta de moral e outras.

Somente isso pode acabar com um casamento empresarial? Não, claro que não. Todavia essas serão as primeiras acusações as quais teremos que enfrentar. Fora o sentimento de dúvida, arrependimento, falta de objetividade e insegurança que passará por nossas cabeças durante o tramite desse processo de transição ou “traição”.

Perguntas serão colocadas entre nós; como será? Teremos um conceito na nova empresa (Família) igual ao que tínhamos? Enfim essas dúvidas continuarão por anos e meses até uma nova proposta, seja promocional ou de nova retirada empresarial aonde seremos novamente acusados por motivos diversos dos quais sabemos não é pessoal, mas profissional.

Entra a dúvida terrível do divórcio. Nossos filhos foram criados naquele meio, e agora? Nossas esposas conhecem os nossos melhores amigos da empresa e eles são legais, e os novos como serão? Poderei convida-los à minha casa?

Perguntas inúteis e inúmeras que formam-se numa velocidade de raios e numa visão tão pequena de potencial que ignoramos até a nossa própria formação.

Responder a todas é algo muito degastante e difícil. Perguntam-me o quê devemos fazer? Sim, vou tentar agora responder. Claro que cada um terá o seu jeito de enfrentar casamentos e divórcios, mas há uma regra de convivência a qual não poderíamos esquecer.

Em primeiro lugar, seja fiel. Se há uma proposta tentadora para você, coloque na mesa a verdade, isso fará com que saiba exatamente o que és na família empresarial que está.

Em segundo lugar, aprenda que dinheiro é fator integrante, mas não é tão importante. Há vários exemplos no mercado de pessoas que trocaram o digno pelo indigno e o real pelo irreal, logo nem tudo que “reluz é ouro”.

Em terceiro lugar, olhe a sua felicidade como algo individual. O fato de uma familia ser formada por amor, afeto e tradição, não quer dizer que não poderá ser formada uma nova família no futuro. Sim, haverá algumas condições sociais e financeiras a serem ajustadas, todavia nada que um administrador não possa faze-lo.

Amigos, trocar de empresa é como trocar de matrimonio, doi, doi e doi, mas passa rapidamente, alguns filhos ficam pelo caminho, mas nada que não possamos buscar com o tempo e com nosso talento.

Administrar é a arte de amar, identificar esposas e amantes e saber definir o que desejamos.

Adm. EDSON LOPES DE MORAES

Servidor Público Municipal

CRA- RJ 20/62757-2

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