Humanização na área hospitalar e a Covid-19
O mundo vem mudando de forma rápida e as inovações tecnológicas invadem as organizações. Devemos acompanhar a modernidade e a velocidade com que o mundo está girando. No entanto, nos deparamos com uma forte realidade na área da Saúde: compatibilizar a tecnologia com a forma Humana de Ser. O contato físico e controle do emocional são fatores importantes para a cura e/ou proporcionar a qualidade de vida, enquanto estamos nela.
Os profissionais estão cada dia mais tolhidos desse contato pela grande necessidade de sobrevivência no mercado de trabalho. O que coloca o profissional de saúde em constante conflito com os seus valores, o seu dever e o seu ser.
Surge nesta turbulenta adaptação à modernidade, o re-conceito de Humanização. Como falar de humanização para seres humanos? Como falar em Humanização para uma empresa-organização que já deve ter, por dever e pelo seu negócio, a Prestação de Serviços de saúde, atuar com essa sensibilidade, constantemente?
A preocupação com o acolhimento e com o ambiente, atendendo às legislações para o melhor dos usuários vem de encontro à necessidade de atuar com os profissionais, de forma a fomentar o pensamento de que o relacionamento pessoal é o principal fator de alerta para que nos tornemos ou não, seres humanizados. Os gestores devem estar preocupados em, primeiramente, cuidar de quem cuida para com isso garantir os resultados dentro das organizações.
Atualmente, as alternativas para amenizar nossos sofrimentos são fontes de estudo e contrapartida para viver com qualidade, independente de sua formação profissional. As técnicas de gestão perpassam a organização como um todo, matricialmente, com foco na sustentabilidade emocional que faz do homem um Ser Humano.
Nesse momento de pandemia da Covid -19, vimos que o acolhimento está renegado, mas pela forma de como estão orientados os profissionais em função do contágio. É um andar na contramão pensando em toda política de Humanização preconizada pelo Programa HUMANIZA-SUS. É forte e cruel ver depoimentos de familiares, que deixam seus parentes, nos hospitais e sofrem para saber notícias que chegam muitas vezes por Whatsapp e, por mais triste que possa parecer, são informados dos óbitos da mesma forma. Com certeza não é uma questão de desumanização, mas de proteção física para os profissionais e para os familiares. Esquecemos nesse momento do emocional, que pós-pandemia será um ponto que deverá ser primordial para o sistema se preparar.
Falar em Humanização é falar da ação do profissional de Administração pela necessidade da atuação multiprofissional e interdisciplinar, de forma a atender com cuidado quem sofre. Deve começar por quem recebe os pacientes não só no cenário da pandemia, que são os profissionais de apoio, vigilantes, recepcionistas, maqueiros, motoristas, administrativos etc.
Em geral, falar de humanização é observar os relacionamentos internos da Força de Trabalho, se há respeito, uma convivência saudável, tolerância, ou seja, colocar-se no lugar do outro. Os profissionais da saúde não são máquinas e têm suas emoções muito afloradas pela escolha que fizeram de cuidar, de servir independente das circunstâncias. No atual cenário, esses profissionais estão exercendo suas funções voltadas a salvar vidas da forma como podem…
É importante atuar com muito cuidado para não minimizar a aflição dos familiares e muito menos dos profissionais responsáveis pelo acolhimento. Todos estão sofrendo!
Mais uma comprovação de que a atuação da área de Recursos Humanos é indispensável nesse cenário caótico.