Gestão da Cyber Empresa

Estamos vivendo a era da transformação de setores industriais, além das convergências de tecnologias unindo e revolucionando as empresas por todo o mundo. O gestor utiliza as novas tecnologias que provocam mudanças radicais, mas também a inovação nos processos permite que empresas criem produtos disruptivos que derrubam mercados e lideranças fortes.

O administrador tem sido solicitado para encontrar soluções e utiliza a TI para melhorar a eficiência alocativa dos recursos nas empresas buscando sua maximização visando ganhos de produtividade e competitividade. Consegue obter a liderança em mercados, lançar novos produtos, criar projetos para apoiar sua estratégia na busca por lucro e ou a sobrevivência da empresa. Para atuar nessas competências ele se tornou um Cyber Gestor.

Para conferir as evidências de que ocorreram nas convergências em diversos setores o leitor poderá observar o que vem acontecendo desde os anos 90 com o PC, Telefonia, TV virando um só aparelho. Vários outros casos já viraram rotina em nosso consumo. Empresas desaparecem ou são adquiridas.

A disrupção é outra força que vem derrubando grandes empresas líderes em seus setores de atividades (Christensen 2000) e o gestor é o principal mentor nessa revolução. O acadêmico explica que geralmente a tecnologia já existe e a capacidade do líder da empresa em criar um produto ou serviço é que derruba um setor, como ele citou as miniusinas de aço nos EUA substituindo as tradicionais aciarias.

Outro exemplo foi a DELL que adotou um sistema de montar PC sem ter uma indústria integrada de apoio. Cabe lembrar que na época existia a IBM, Apple, HP, etc. Ele nunca fabricou uma placa mãe, uma tela, um teclado, e só montava o que seu cliente pedia. Sem um espaço maior, sem capital, só com uma garagem e a gestão de produção, operações e logística Michael Dell criou um computador personalizado para atividades específicas, depois produziu em massa, e criou uma tremenda confusão que até hoje é lembrado.

A aplicação do Capital Intensivo ao invés da Mão de Obra Intensiva é uma das evidências da transformação dos setores a partir dos anos 2000. Indústrias dos EUA, Europa, Japão que usaram a China, Coréia, Malásia para cortar custos de mão de obra hoje têm capacidade de receber de volta a produção em seus países e produzir em máquinas automáticas, substituindo o sistema que hoje exige pessoas. O estopim para isso ocorrer são os fatores: instabilidade política no país, novas leis sociais por trabalho escravo, expressivo aumento do custo da hora trabalhada, trabalhador buscando o lazer e diversão nesses países.

Podemos constatar que a produção de máquinas de baixo custo apoiadas na TI, ou as operadas por CN comando numérico, não devem representar problema, já que a produção em escala dessas máquinas depende do aumento da demanda. Podemos fazer uma revisão do que ocorreu até aqui comparando o preço de um PC há 15 anos e o quanto pagamos hoje. Uma impressora 3D há um ano custava R$25 mil, hoje é encontrada por cinco mil. Hoje você encontra um dentista operando uma fresa por CN para produzir blocos e em 2 horas abre e fecha o dente em seu consultório, e adeus aos fundidos que demoravam semanas para ficar prontos. O leitor terá muitos outros exemplos para avaliar o que faço de alerta aqui.

O marco que definiu o divisor de águas dessa revolução na gestão empresarial foi os anos 90 com o TQM – Gestão da Qualidade Total, criado por Deming e Juran, que visava o aumento da produtividade para que as empresas alcançassem a competitividade em seus mercados. E a empresa modelo que trago para exemplificar é o Sistema Toyota de Produção com o lean manufactury que até hoje assusta o mundo. Mas tudo isso ocorreu com a contribuição do gestor utilizando a TI e todo o ferramental da administração já existente.

O administrador dos anos 2015 precisa conhecer e se adaptar a todas essas tendências. Vai mudar o RH, Finanças, Produção, ou seja, todas essas atividades já vêm sofrendo mudanças desde os anos 2000, contratando menos pessoas, o aperto nas finanças e nos custos. São os efeitos da competitividade.

Esse artigo que comemora os 50 anos da profissão de administrador lembra ainda que nos anos 60 nossa profissão foi criada e substituiu os contadores, engenheiros, economistas, advogados que dirigiam as empresas. Hoje o administrador é quem dirige a empresa, setores públicos e os principais cargos nos seus departamentos.

Mas faço um alerta para que o atual gestor se recicle preparando-se para ser um cyber gestor, já que terá que comandar nos próximos quinze anos uma verdadeira revolução digital. Há evidências, como já citamos acima, de que irá ocorrer nesse período um forte avanço na robótica, equipamentos controlados por CM, máquinas e processos comandados por inteligência artificial, etc.

As máquinas automáticas, nos próximos 15 anos, serão fabricadas em escala e encontradas com facilidade com seus preços reduzidos. O Capital Intensivo, a disrupção e as tecnologias já transformaram muitos setores industriais e profissões, por isso vai esse meu alerta ao administrador.

O Administrador dos anos 2015 deve dar um segundo grito de independência colocando a coroa sobre sua cabeça antes que algum aventureiro o faça. Tal como fizemos nos anos 60.

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