Precariedade das instalações da UFRJ Praia Vermelha representa riscos à comunidade acadêmica

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das instituições de ensino superior mais respeitadas do Brasil, enfrenta atualmente uma grave deterioração em suas instalações, especialmente no campus da Praia Vermelha.

A manutenção da universidade tem sido tratada com negligência pelo MEC, comprometendo o andamento das atividades acadêmicas e colocando em risco a saúde e a vida de alunos, professores, funcionários e terceirizados.

O campus sempre foi um importante centro de atividades acadêmicas e culturais. Abriga a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC), o Instituto de Economia (IE), a Escola de Comunicação (ECO) e o Fórum de Ciência e Cultura (FCC), além da Biblioteca Pedro Calmon. Contudo, o que se vê atualmente são prédios degradados, com pichações, infiltrações, fezes de morcegos pelos corredores, banheiros interditados ou sem papel higiênico, sistemas elétricos inseguros e sérios problemas de infraestrutura.

Em 2011, um incêndio na capela histórica da universidade já havia sinalizado a fragilidade das instalações da UFRJ – Praia Vermelha. Contudo, o que poderia ter sido servido como um alerta para uma intervenção generalizada acabou sendo um evento isolado, sem a adoção de medidas preventivas mais amplas, seja por parte do MEC ou do MPF que apurou a fatalidade.

Recentemente, foi firmado um acordo para a reforma do antigo Canecão, o que representa uma melhoria importante no cenário cultural da cidade. A UFRJ proprietária do terreno e vizinha à casa de shows, receberá recursos para a construção de um Centro Acadêmico, além de um refeitório com capacidade para até 2.500 refeições por dia. Embora essas melhorias sejam importantes, elas não solucionam a situação crítica de outros prédios e espaços que são a razão de ser da instituição.

A escassez de recursos repassados pelo governo federal nos últimos anos, afeta diretamente a qualidade do ensino e da pesquisa na UFRJ. Professores, alunos e funcionários enfrentam diariamente condições desconfortáveis para o exercício de suas atividades.

Essa situação dramática se repete em outras instalações da UFRJ.  No Largo de São Francisco, onde funciona o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, as aulas foram canceladas nos dias 21 e 22/11, por problemas de infraestrutura do prédio. Antes, em 12/11, a Light suspendeu o fornecimento de energia elétrica em 15 instalações da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em razão de inadimplemento com as contas da concessionária.

É urgente que o governo federal assuma uma postura proativa na recuperação das instalações da UFRJ. A educação pública de qualidade é um direito de todos, e é dever do Estado e da administração universitária garantir que esse direito seja plenamente respeitado, por meio de uma gestão eficiente e comprometida com a segurança e o bem-estar de todos.

*Adm. Wagner Siqueira é presidente do CRA-RJ e do Fórum dos Conselhos Profissionais do RJ.

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