COP27 e negócios: A importância da Conferência das Partes para as empresas

COP27 e negócios: A importância da Conferência das Partes para as empresas

COP27 e negócios: A importância da Conferência das Partes para as empresasFoi-se o tempo em que, ao falarmos de um evento com debates sobre mudanças climáticas e que busca encontrar soluções para problemas ambientais, ainda havia quem dissesse que não há qualquer ligação destes temas com o setor privado. A correlação entre a COP (Conferência das Partes), que se encontra em sua 27ª edição, e os negócios é, atualmente, facilmente percebida, tanto pelos empresários e investidores, como também por grande parcela da sociedade.

Os principais assuntos debatidos no balneário de Sharm El-Sheikh, localizado no Egito, onde está acontecendo a COP deste ano, mostram que uma empresa que queira se manter sustentável e competitiva precisa estar alinhada aos principais compromissos e as questões ambientais que estão sendo discutidas. Destacam-se, dentre os temas abordados, o impacto climático na questão financeira, a mitigação dos gases de efeito estufa (GEE) e a crise energética.

Sobre o primeiro, não é mais surpresa que, para além dos impactos no meio ambiente, o que já podemos chamar de emergência climática traz prejuízos enormes ao mercado financeiro. Estima-se que, somente no primeiro semestre de 2022, os eventos climáticos tenham sido responsáveis por perdas na casa dos US$ 65 bilhões em todo o mundo. Como exemplos de responsáveis por este número impactante, podemos citar a escassez hídrica e as perdas na produção agrícola, que trazem prejuízos diretos e indiretos para diversos setores da economia mundial.

Fica claro, assim, que as empresas precisam direcionar seus esforços para mitigar esses impactos financeiros, através de ações que possam fortalecer, das mais diversas formas, o combate aos efeitos negativos dos eventos climáticos e a adaptação dos locais e habitações da parcela da população mais afetada por essas ocorrências.

O segundo tema destacado — a mitigação dos GEE — é, talvez, o que tenha mais visibilidade dentro das organizações. As ações de compensação e neutralização das emissões se tornaram “first step” em se tratando de iniciativas no pilar ambiental do ESG nas companhias, pois trazem maior alcance em termos de impacto socioambiental, posicionamento, valorização e reconhecimento da companhia no mercado com relação às melhores práticas de sustentabilidade.

E não é só nas organizações que este assunto tem maior visibilidade. Nesta Conferência, em específico, a mitigação dos GEE também ganha destaque. Isso porque a COP27 acontece em um país da África, continente com baixas emissões de GEE quando consideramos uma escala global, porém impactado de maneira inversamente proporcional às suas emissões pelos efeitos da crise climática. Ou seja, uma oportunidade importante para que os países desenvolvidos entendam essa relação e atuem em favor do continente Africano, o auxiliando na adaptação e mitigação dos danos climáticos.

Por fim, outro tema prioritário será, certamente, a crise energética. Esta questão é considerada como um grande desafio mundial, e aqui cabe um destaque para o Brasil. O país é tratado como parte fundamental da solução dessa crise, devido a sua matriz energética ser considerada extremamente limpa, diferente de outros países que ainda são extremamente dependentes de combustíveis fósseis.

Em termos corporativos, é importante ressaltar que, devido a essa importância, o Brasil será altamente valorizado, procurado e receberá investimentos por possuir essa matriz limpa. Com isso, a questão de eficiência energética deverá ser inserida na agenda de crescimento econômico do país, através de políticas públicas que incentivem essa economia verde. Contudo, somente com a adesão do setor privado a esse movimento, buscando soluções climáticas lucrativas, é que será possível dar escalabilidade e a velocidade necessária nessas ações relacionadas a essa transformação verde.

Feitos os destaques, é importante reforçar que 4 (quatro) pilares — contidos e repetidos aqui neste texto — irão direcionar as discussões nessa COP. São eles: Mitigação, adaptação, colaboração e finanças. Este último só comprova a importância do envolvimento das empresas nos debates desta COP e nas propostas nela debatidas, pois em um mercado que se mostra cada vez mais acirrado, em todos os setores, ter atenção a essas soluções e conseguir alinha-las a estratégia da sua companhia é uma excelente forma de garantir a sustentabilidade do negócio, mantendo-o competitivo e responsável frente às principais demandas da sociedade.

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