Aristóteles já nos ensinava: “É próprio do sábio ordenar!”
Um olhar mais desatento poderia julgar não ter muito a se extrair para a realidade corporativa e para o dinamismo da atualidade. Será isso mesmo? Afinal, qual o papel da Gestão do conhecimento nas organizações?
Ora, sua função precípua é a utilização de processos/tecnologias para apoiar a criação, transferência e aplicação do conhecimento nas organizações de forma eficaz. Assim, não é surpresa observarmos se tratar de uma ferramenta de cunho estratégico e vital para o sucesso, uma vez que estamos na “Era do conhecimento”. Percebemos neste contexto a necessidade de estruturar o conhecimento e aprender continuamente atividades essenciais para a saúde organizacional.
Aqui existe um grande problema, muitas organizações ainda estão rígidas em face das constantes incertezas do mercado e, por outro lado, as pessoas estão cada vez mais sintéticas devido à “velocidade” em que vivem. Portanto, num momento tão crítico, não podemos nos dar ao luxo de confundir dados, informação e conhecimento. Principalmente quando é tão fácil cair nas armadilhas que a facilidade da Internet nos trouxe, sem reter, analisar ou filtrar tantas “informações opinativas” e, consequentemente, não sistematizar o conhecimento. Parece que nos esquecemos do conselho do Filósofo!
Dentro de seus ambientes, as organizações dispõem de um acervo literário considerável sobre o tema. Porém, sua natureza interdisciplinar, constantes mudanças no cenário e tendência de “transferência intelectual” dos colaboradores, dificulta a sua ótima gestão.
A estratégia organizacional não mais pode se ater ao PDCA (Plan, Do, Check and Act) como Método, até porque nunca o fora, sendo preferível que atinem para a orientação da FNQ e preservem o Conceito de PDCL (Learn), substituindo o tradicional TQM por TQL (Total Quality Learning) orientando suas ferramentas específicas de gestão ao aprendizado organizacional. Assim, pode-se criar uma cultura de aprendizado, aumentando neste processo a responsividade frente às mudanças e exigências do cenário em que estiver inserida. Lembrando que para qualquer pessoa (física ou jurídica), o cenário atual é altamente competitivo, sendo extremamente necessária a devida capacidade de estruturar sua base de conhecimentos, de maneira que possa fazer as leituras corretas (aqui podemos lembrar os sistemas de alianças essenciais na nova análise estratégica de mercado) das oportunidades e ameaças, a fim de otimizar suas forças durante o ciclo de planejamento estratégico, propiciando a gestão de riscos em que irá se projetar.
O que Aristóteles nos propusera foi que sem a sistematização do conhecimento (aquele analisado, que recebeu significado e aplicação) não é possível que haja gestão. Uma vez que esta se alimenta daquela para que se torne possível, inclusive o contínuo aprendizado. Não existe espaço para menos e à medida que os meios de comunicações avançam é nossa responsabilidade (hercúlea) governar as coisas que ordenamos, sob o risco de sermos ordenados por elas.