A Emília no Ensino de Administração
Emília, a boneca de Monteiro Lobato, quando abria sua torneirinha de besteiras, só falava absurdos sobre o que julgava ser a realidade do mundo na sua visão ingênua e simplória. Muitos professores de administração com base, o mais das vezes, em referências aos livrinhos de autoajuda, não abrem apenas uma torneirinha, mas, pior, mantém sempre aberta uma adutora a ensinar lugares comuns a alunos desprevenidos intelectualmente às “verdades” dos gurus da autoajuda da gestão das organizações.
Em vez de estimular o pensamento crítico e a busca por conhecimento aprofundado, esses professores acabam limitando o potencial dos alunos e perpetuando ideias superficiais, geralmente sem qualquer validação científica. Mas sempre são ideias fáceis de “vender” em sala de aula. Usualmente, também, transformam o ensino de utilização de ferramentas de gestão que estejam na moda no dernier-cru da qualificação do aluno como gestor. Nem se dão conta de que essas ferramentas sempre são substituídas por outras que se sucedem como verdades gerenciais do momento.
É importante que os alunos estejam atentos a esse tipo de prática e busquem fontes de conhecimento diversificadas e confiáveis. Além disso, é fundamental que os professores de administração se dediquem a uma formação continuada e crítica, buscando aprofundar seus conhecimentos e evitar a propagação de ideias simplistas e sem fundamento. Os livrinhos de autoajuda e as ferramentas da moda dirigidos à gestão empresarial prestam um enorme desserviço à administração como ciência, técnica e arte.